Diz a minha biografia que sou «um alfacinha sorridente que assina canções acústicas em português bem escorrido». Segundo o meu perfil de Instagram sou «músico, trovador (embora eu prefira o termo "trovadeiro", mistura de "trovador" e "baladeiro"...), autor, produtor, escritor, fotografador, e outras coisas terminadas em "or"»...
Tenho um percurso musical preenchido e variado: No ano da revolução Punk (1977) estive na génese dos Xutos & Pontapés (aliás, fui eu quem inventou o nome!); na primeira metade da década de 80, o duo "Tiroliro e Vladimir" (com o meu camarada/companheiro de armas Jorge Galvão), fez furor na noite alfacinha, passando a trio em 1985, com a entrada de Nuno "Dr." Faria, dando origem aos históricos “Afonsinhos do Condado”; integrei depois - já nos loucos anos 90 - “Os Irmãos Catita”, de Manuel João Vieira, fazendo também umas perninhas como baixista nos "Ena Pá 2000".
Como produtor (além de discos em nome próprio), trabalhei com artistas tão variados como Boss AC, Tim, Deolinda ou José Cid. Dei a cara e fiz música para programas de televisão (“Pop Off”; “O Cabaret da Coxa”; “O Homem Que Mordeu o Cão”; “Estado de Graça”; “Donos Disto Tudo”). Também assinei bandas sonoras de programas de humor (“O Programa da Maria”; “Paraíso Filmes”, “Boa Noite, Alvim”), cinema (“O Crime do Padre Amaro”; “Um Passeio de Barco”), e produzi reportório infantil (“As Canções da Maria”; “Contos de Salarissarim”), além de vários trabalhos em rádio, teatro e publicidade.
Começei a estudar piano aos 6 anos, e flauta aos 8, mas foi só aos 14, ao começar os estudos de guitarra que escrevi as primeiras canções.
As minhas referências musicais assentam principalmente no que ouvi em casa durante a infância: discos de jazz melódico (Dave Bruebeck, Wes Motgomery, etc…), Bossa Nova (Tom Jobim, João Gilberto…), e muita rádio (Beatles, Stones, Dylan, Soul e R&B…). Segui atentamente a evolução da música portuguesa desde os tempos áureos do Festival da Canção, seguindo-se a “geração Zip-Zip”, a música de intervenção do 25 de Abril, o fenómeno do rock sinfónico, o boom do “Rock Português”, etc…
Com muita estrada na bagagem, continuo fiel ao meu formato preferido – guitarra acústica e voz – e ao ecletismo que sempre me caracterizou. O leque vai da simples balada até ao rock de barba dura, mas sempre com um traço comum – uma toada bem disposta e moderadamente irónica, com letras cativantes em português «bem escorrido». Neste particular sou talvez o trovadeiro que mais se preocupa em cantar a sua língua como quem a fala. Os meus temas vão da crítica social à canção de amor, sendo o maior deles, Lisboa, a minha cidade. Daí que alguém tenha dito um dia: «Tanta Lisboa em ti, companheiro!»...
Tudo isto está bem patente neste “Ponto G”, cujo lançamento em 2018 coincidiu com os meus quarenta anos de carreira (!). Além de fotos, vídeos e outras informações complementares, o disco pode ser ouvido, partilhado ou downloadeado aqui mesmo ao lado, na página "Músicas".